No período compreendido entre 1960 e 1970, o movimento estudantil brasileiro se transformou em um importante foco de mobilização social. Sua
força veio da poder de mobilizar expressivo numero de estudantes para
participarem da política do país.
O movimento possuía várias
organizações representativas: os DCEs (Diretórios Centrais Estudantis), as UEEs
(Uniões Estaduais dos Estudantes) e a UNE (União Nacional dos Estudantes),
entre outras. Com suas reivindicações, protestos e manifestações, o movimento
influenciou significativamente os rumos da política nacional.
Reivindicavam causas específicas como a
ampliação de vagas nas universidades públicas, por melhores condições de
ensino,contra a privatização e também
em defesa das liberdades democráticas e por justiça social.
Os
estudantes, antes de abril de 64, faziam parte de um dos grupos que mais pressionavam
o governo João Goulart no sentido de fazê-lo avançar e, mesmo, radicalizar, na
realização das reformas sociais. Por isso, aos olhos dos militares que tomaram
o poder, eles eram um dos setores mais identificados com a esquerda, comunista,
subversiva e desordeira; uma das formas de desqualificar o movimento estudantil
era chamá-lo de baderna, como se seus participantes não passassem de jovens
irresponsáveis, e isso se justificava para a intensa perseguição que se
estabeleceu.
Logo em novembro de 1964 o governo Castelo
Branco fez aprovar uma lei que ficou conhecida como lei "Suplicy de
Lacerda", nome do ministro da Educação, que reorganizava as entidades,
proibindo-as de desenvolverem atividades políticas.
Os estudantes reagiram negando-se a
participar das novas entidades oficiais e realizando manifestações públicas
(passeatas), que se tornaram cada vez mais frequentes e concorridas. Ao mesmo
tempo, o movimento estudantil procurou defender a existência das suas
entidades legítimas, agora na clandestinidade.
Em 1968, ano marcado mundialmente pela ação
política estudantil - o movimento estudantil cresceu em resposta, não só a
repressão, mas também em virtude da política educacional do governo, que já
revelava a tendência que iria se acentuar cada vez mais, no sentido da
privatização da educação, cujos efeitos são sentidos até hoje
As manifestações estudantis foram os mais
expressivos meios de denúncia e reação contra a subordinação brasileira aos
objetivos e diretrizes do capitalismo norte-americano. O movimento estudantil
não parava de crescer, e com ele a repressão. No dia 28 de março de 1968 uma
manifestação contra a má qualidade do ensino, realizada no restaurante
estudantil Calabouço, no Rio de Janeiro, foi violentamente reprimida pela
polícia, resultando na morte do estudante Edson Luís Lima Souto.
A reação estudantil foi imediata: no dia
seguinte, o enterro do jovem estudante transformou-se em um dos maiores atos
públicos contra a repressão; missas de sétimo dia foram celebradas em quase
todas as capitais do país, seguidas de passeatas que reuniram milhares de
pessoas.
Em outubro do mesmo ano, a UNE (na
ilegalidade) convocou um congresso para a pequena cidade de Ibiúna, no interior
de São Paulo. A polícia descobriu a reunião, invadiu o local e prendeu os
estudantes.
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