Os estudantes foram responsáveis por um dos
mais importantes momentos de agitação cultural da história do país. Era a época
do Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE, que produziu filmes, peças de
teatro, músicas, livros e teve uma influência, que perdura até os dias de hoje,
sobre toda uma geração.
O Centro Popular de Cultura (CPC)
foi uma organização associada à União Nacional de Estudantes (UNE). Foi criado
em 1961 no Rio de Janeiro, no Brasil. Foi extinto pelo Golpe de Estado no
Brasil em 1964.
Um grupo de intelectuais de
esquerda, com o objetivo de criar e divulgar uma "arte popular
revolucionária", reuniu artistas de diversas áreas, como teatro, música,
cinema, literatura e artes plásticas, para defender o caráter coletivo e didático
da obra de arte, bem como o engajamento político do artista.
Na época, o Partido Comunista
Brasileiro ocupava lugar de destaque no área cultural, tendo muitos
jornalistas, artistas e profissionais liberais como seus filiados, além de
entidades como a própria UNE. Durante sua breve existência, o CPC promoveu a
encenação de peças de teatro em portas de fábricas, nos sindicatos e nas ruas
de várias cidades e em áreas rurais do Brasil. O contexto era de forte
mobilização política, com expansão das organizações de trabalhadores. Assim, os
temas do debate político rebatiam diretamente na produção cultural.
A proposta do CPC diferia no
entanto da posição das vanguardas artísticas dos anos 1950 (tais como o
concretismo), que defendiam o diálogo com a técnica e a indústria. Os artistas
ligados ao CPC recusavam-se a considerar a arte como "uma ilha
incomunicável e independente dos processos materiais". Acreditavam que
toda manifestação cultural deveria ser compreendida exatamente "sob a luz
de suas relações com a base material", combatendo o hermetismo da arte:
"nossa arte só irá onde o povo consiga acompanhá-la, entendê-la e
servir-se dela."
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