APRENDA A VOTAR (em seis lições rápidas e fáceis)



A pior coisa que a gente pode fazer para os maus políticos é aprender a votar. Nenhum deles quer que vocês se interessem por política, todos fazem questão que a gente nem queira saber o que está acontecendo. Um eleitor consciente, que sabe dos seus direitos e sabe o que quer é tudo o que os maus políticos odeiam.

Por isso, reunimos algumas dicas que achamos importantes para tentar ajudar o pessoal a fazer justamente aquilo que os corruptos não querem: entender um pouco mais de política e votar sabendo do que está fazendo.

1. A IMPORTÂNCIA DO VOTO
Não tem nenhuma outra oportunidade ou lugar em que pobre, rico, milionário, desempregado, culto, ignorante, esperto e burro sejam tão iguais quanto no momento do voto.O voto de um cidadão é exatamente igual ao voto do outro, tem o mesmo peso. E ninguém “dá” esse direito pra gente. A gente adquire esse direito ao nascer no Brasil ou se naturalizar.
E para “tirar” da gente esse direito é preciso ter cometido algum crime cuja pena seja a perda dos direitos políticos.Ou seja, o voto é um dos principais e mais valiosos bens que a gente tem. Só que nem todo mundo sabe disso ou acredita nisso.
Para perceber o valor do voto é só notar como tem gente atrás dele. Como eles gastam dinheiro para conseguir o nosso voto. Como eles fazem qualquer negócio pelo nosso voto.

2. A IMPORTÂNCIA DA ELEIÇÃO
         Praticamente tudo, na nossa vida, tem a participação dos políticos. Todas as leis são feitas por políticos. Da velocidade máxima na estrada ao imposto, da exigência de planta pra construir a casa à obrigação de andar vestido na rua, tudo, em algum momento, passou por um parlamento.

          No município as leis são feitas e modificadas na Câmara de Vereadores, no Estado, na Assembléia Legislativa, no País, na Câmara dos Deputados e no Senado (que formam o Congresso Nacional). E toda essa gente que mexe com isso está lá falando em nosso nome. Eleitos e pagos por nós.

E nas prefeituras, no governo estadual e na presidência da república, os caras que gerenciam o dinheiro dos impostos e os serviços públicos, os que executam as tarefas que sejam necessárias para que a vida da gente seja melhor, também são políticos. E também são todos eleitos e pagos por nós.
Dá para entender, então, como é importante o momento da eleição: é a única chance que a gente tem, em geral a cada quatro anos, de tirar quem não trabalhou direito e de colocar quem parece que nos representa melhor.

3. A IMPORTÂNCIA DESE DAR AO RESPEITO
Se eu tenho esse poder, de escolher meu representante e de mantê-lo como meu representante pelo tempo que eu achar necessário, e o poder de tirá-lo (ou a ela) de lá assim que sentir que não está trabalhando direito, então não posso me apequenar. Não posso ficar de cabeça baixa como se não fosse ninguém. Não posso dar, emprestar ou vender meu voto como se eu fosse um merda qualquer.
Por acaso você empresta sua mulher pra qualquer um que pedir? Por acaso você deixa seu marido ir pra noite com qualquer uma que lhe prometa um emprego? Você conta sua senha do banco pro primeiro que apertar sua mão? Você libera a chave do carro em troca de um cartão de boas festas?Pois tem gente que entrega o voto em troca de um aperto de mão, de um cartão de feliz aniversário, de uma promessa de emprego. Ou de uma dentadura, ou de um sapato. Ou de vinte reais.

E muitas vezes, no desespero das dificuldades, a gente nem se lembra que é muito possível que estejamos assim, na pior, porque o voto dos pobres sempre foi dado em troca de um prato de comida. E enquanto continuar assim, nada muda.

4. A IMPORTÂNCIA DE ENTENDER A POLÍTICA
De tanto ver maus políticos roubando e fazendo pouco de nós, é natural que a gente crie um certo nojo de política. E quando a gente deixa de prestar atenção e se desinteressa, aí mesmo que a bandidagem engravatada se esbalda: nosso desinteresse significa que não terão problemas para se reeleger ou para se eleger.
Eles também gostam de dizer que política é coisa complicada, que não é pra qualquer um, que só pessoas “especiais” (eles!) podem se meter em política. E não é nada disso.Política é uma das coisas mais simples e antigas do mundo. A gente aprende a fazer política em casa mesmo. Quando o filha quer sair e o pai não quer deixar, a menina vai conversar com a mãe, explica seus motivos, faz uma cara de tristinha. A mãe então vai falar com o marido, com um jeito que só ela tem. E o pai, que é brabo mas não é de ferro, acaba deixando.
O que aconteceu aí? Um exercício político, uma negociação política. Alguém, em defesa de seus interesses, tentou e conseguiu modificar a posição de um opositor, usando argumentos e um aliado, no caso uma aliada. E o grupo com maior poder (mãe e filha) reverteu a decisão. O pai, politicamente, cedeu para não perder autoridade e para manter outras posições de prestígio, com a patroa ou com a filha, com quem poderá se aliar mais adiante. Portanto, não acredite em quem diz que política é complicada. Ela é trabalhosa, mas não é complicada.

5. A IMPORTÂNCIA DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Na nossa democracia, a participação da gente no governo começa pelos partidos políticos: não posso me candidatar a nenhum cargo se não for filiado e indicado por um partido político. Por isso, não adianta se interessar por política e pela valorização do voto só às vésperas da eleição.
Em geral um ano antes da eleição termina o prazo de filiação a um partido político para quem quer concorrer. Cada partido faz reuniões municipais, estaduais e nacionais, para escolher e indicar seus candidatos. Isso quer dizer que a primeira luta política se dá dentro dos partidos. Num partido que tenha “dono”, que o mandachuva seja o Coronel Fulano, só serão candidatos aqueles que o “dono” do partido quiser.
Isso explica a nossa surpresa, quando olhamos a lista de candidatos a vereador ou deputado, prefeito ou governador e vemos ali umas criaturas que não têm a menor condição de representar nem uma manada de mulas, quanto mais uma comunidade complexa como a nossa. É que, como a gente não presta atenção ao processo político inteiro, e só presta atenção na política na véspera das eleições, perde a parte que talvez seja a principal: a escolha dos candidatos pelos partidos.
Há partidos que não têm “dono”, cujos filiados indicam livremente seus candidatos, é feita uma votação e os nomes representam de fato o que a maioria do partido acha que tem de melhor para oferecer. Mas mesmo aí, onde tudo funciona direito, só votam os filiados, aqueles que participam da vida partidária. Portanto, os nomes que vão aparecer nas propagandas políticas, os candidatos, não nasceram das ervas: eles vêm de partidos políticos, indicados com maior ou menor nível de seriedade.

6. A IMPORTÂNCIA DE FICAR ESPERTO
Tem alguns candidatos que são indicados só porque são ricos e os partidos não têm muito dinheiro para a campanha e precisam que alguém banque as despesas. Tem outros que são indicados porque já são muito conhecidos e podem garantir um número grande de votos para o partido (e isso ajuda aos demais candidatos da mesma legenda.
Nas campanhas eleitorais, os candidatos mal intencionados não só prometem de tudo, como prometem coisas que eles não têm a menor condição de cumprir. Por isso, agora é a época de começar a ficar esperto.
Ninguém resolve todos os problemas sozinho. Nem o Lula conseguiu, nem o FHC, nem o Amin, nem o LHS. Muito menos os prefeitos. Ou os vereadores. Não tem como fazer milagre. Por exemplo, se o sujeito vier prometendo emprego par a todo mundo, não leve a sério: mais emprego depende do crescimento da economia e de uma série grande de outros fatores. Ou seja, está prometendo o que não teria como cumprir, mesmo se quisesse.

O que é a tal da reforma política?


Em época de eleição a chamada REFORMA POLÍTICA é a mais citada das falas, não só de candidatos mas também dos próprios eleitores, porém se sabe realmente o que quer dizer isso? E mais, qual o porquê que ela é tão citada no Brasil?
Existe na Câmara e no Senado um montão de projetos de lei (são mais de 100!) que também estão relacionados à reforma. Esses projetos propõem mudanças na organização da política no País, isto é, mudanças em como os cidadãos votarão, em como os políticos vão se filiar a partidos, como as campanhas eleitorais serão financiadas...
E por que essa tal reforma política é tão importante? Ela está relacionada diretamente com a democracia e com o poder dos governantes, que os cidadãos escolhem na hora de votar. De forma geral, os projetos da reforma propõem a construção de um sistema que tenha cada vez mais a participação do povo. Vamos conferir melhor algumas propostas da reforma?
Voto em lista
Atualmente, os cidadãos votam diretamente nos candidatos, que são ligados a partidos. Então, as vagas no Congresso Nacional são preenchidas pelos partidos que tiveram mais votos. Depois, cada partido distribui as cadeiras para os candidatos mais votados.
Isso pode mudar para o chamado "voto em lista". Nesse caso, que valeria apenas na eleição de vereadores e deputados, o cidadão vota só no partido, e o partido faz uma lista com o nome de seus candidatos. É o partido quem vai priorizar esse ou aquele candidato, e não mais o eleitor. Aqueles que são favoráveis a esse sistema acreditam que os partidos ficarão mais fortes.
No entanto, segundo Arthur Rollo, especialista em Direitos Difusos e Coletivos pela PUC/SP, o voto em lista ameaça a liberdade de escolha do eleitor. - Nesse sistema, o eleitor deixa de escolher diretamente os candidatos, já que é o próprio partido que vai fazer isso - ele acredita.
Financiamento de campanha
O dinheiro que os partidos políticos recebem para se manter vem do Fundo Partidário (uma reserva de dinheiro, administrada pelo Tribunal Superior Eleitoral, para garantir a manutenção dos partidos). Além disso, as campanhas eleitorais podem também ser bancadas com dinheiro de empresas ou doação de pessoas.
A ideia que está sendo discutida na Câmara é que as doações privadas sejam proibidas e as campanhas fiquem mantidas só com dinheiro público, para deixar a disputa entre os partidos mais igualitária. As eleições ficam livres dessa influência econômica, e os gastos durante as campanhas podem ficar mais claros e transparentes.
Por outro lado, isso não impede que desvios de dinheiro sejam feitos por baixo dos panos. Pelo menos é o que acredita o cientista político Jairo Nicolau, do Instituto Universitário de Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro (Iuperj). - Campanhas bancadas com dinheiro público não garantem que a corrupção acabe. Pode ser que os partidos procurem mais dinheiro por fora. O mais importante é existir um controle bem rígido desse financiamento.
Voto facultativo
Você já deve saber que todo cidadão brasileiro entre 18 e 70 anos é obrigado a votar. Se não for às urnas no dia da votação, a pessoa pode receber até uma multa. Se o voto facultativo (opcional) for aprovado, o cidadão poderá votar apenas se quiser. A pessoa que não votar não receberá multas, já que o voto é um direito, e não um dever.
No entanto, segundo Paulo Henrique Soares, Consultor Legislativo do Senado Federal, o voto obrigatório dá mais participação política ao cidadão. - O voto obrigatório é um forte poder para que as pessoas, até nas regiões mais pobres do país, manifestem sua vontade política.

Política sem Mistérios

       Nos vídeos abaixo, Milton Monti explica de uma forma prática, diversas e recorrentes dúvidas sobre a política brasileira, através de um canal de vídeos no youtube que pode ser acessado AQUI.







Caro eleitor, é hora de refletir

"Porque o sistema representativo é um engodo que conta com a participação do próprio eleitor, que não raro exige, em troca do voto, algum proveito, de modo que o voto constitui, por isso, apenas um expediente para legitimar e perpetuar o crime, afinal os eleitos não representam o eleitorado, mas os seus próprios interesses e os interesses dos grupos econômicos que os patrocinam;
Porque, apesar das fraudes, insistimos em perpetuar determinados criminosos no poder, e a tudo assistimos passivamente; [...]
Porque o povo brasileiro acredita ser livre, mas está enganado: é livre apenas durante as eleições dos membros do Executivo e do Parlamento, pois, eleitos os seus membros, ele volta à escravidão, é um nada (Rousseau); é que a participação popular se limita ao sufrágio a cada quatro anos; mas eleitos “seus” representantes, não se tem qualquer controle sobre seus atos, e o cidadão, convertido em objeto e não sujeito da política, só poderá expressar sua indignação nas eleições seguintes[...].''


Paulo Queiroz é Professor Universitário (UniCEUB) e Procurador Regional da República em Brasília

Foi-se arrecadado R$123 milhões para a campanha da candidata petista

A campanha da Dilma Rousseff registrou no dia 02 de setembro na Justiça eleitoral R$123,65 milhões em arrecadação para a candidata e seu vice Michel Temer.

Apesar de aparecer  nas pesquisas eleitorais com muito mais dificuldade do que há quatro anos, o valor é equivalente a 82,3% de tudo que Dilma arrecadou nos quatro meses de campanha de 2010, neste ano o PT havia arrecadado cerca de R$65 milhões, em valores atualizados pelo índice da inflação.
Assessores da candidata afirmaram que o valor arrecadado em agosto foi “melhor do que o previsto”, já que esperavam um grande volume de contribuições somente em setembro, perto das eleições do primeiro turno.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que no primeiro mês da campanha surpreendeu ao aparecer a frente de Dilma na arrecadação, não divulgou antecipadamente o valor arrecadado na segunda parcial. Já o PSB deve mostrar arrecadação de cerca de R$ 20 milhões, referente ainda as doações para Eduardo Campo. A conta de campanha de Marina Silva (PSB) só foi liberada recentemente. 


Os dados do PT foram divulgados em nota do tesoureiro da campanha, Edinho Silva, para tentar abafar as críticas à desconfiança dos empresários sobre o governo. “Os empresários preferem a Dilma com a austeridade, com a seriedade e a firmeza com que ela conduz o governo do que uma aventura, algo que eles não possam ter garantia de para onde vai o Brasil”, disse o petista.

Candidatos ao governo de Minas Gerais

PCO / MG
Cleide Donária é candidata ao cargo de Governadora de Minas Gerais pelo PCO (Partido da Causa Operária). Natural de MG - Belo Horizonte, Cleide Donária tem 43 anos.

PSDC / MG
Eduardo Ferreira é candidato ao cargo de Governador de Minas Gerais pelo PSDC (Partido Social Democrata Cristão). Natural de MG - Belo Horizonte, Eduardo Ferreira tem 40 anos.

PT / MG
Fernando Pimentel é candidato ao cargo de Governador de Minas Gerais pelo PT. Ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Damata Pimentel nasceu em 1951, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

PSOL / MG
Fidélis é candidato ao cargo de Governador de Minas Gerais pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade). Natural de MG - Coluna, Fidélis tem 40 anos.

PSDB / MG
Pimenta da Veiga é candidato ao cargo de Governador de Minas Gerais pelo PSDB. Nascido em 1947 na capital mineira de Belo Horizonte, João Pimenta da Veiga Filho é formado em Direito pela Universidade Federal do Rio.

PCB / MG
Professor Tulio Lopes é candidato ao cargo de Governador de Minas Gerais pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro). Natural de MG - Belo Horizonte, Professor Tulio Lopes tem 32 anos.

                 Tarcisio Delgado
Tarcisio Delgado
PSB / MG
Tarcisio Delgado é candidato ao cargo de Governador de Minas Gerais pelo PSB. Natural do município de Torreões, em Minas Gerais, Raimundo Tarcísio Delgado nasceu em 1935, é técnico em Contabilidade pela Academia.

Uma disputa e tanto


        Em setembro de 2011, a OAB ajuizou junto ao Supremo Tribunal Federal uma Ação Direta de Inconstitucionalidade – a ADI 4.650 – contra o financiamento de campanha eleitoral feito por empresas. Contou com a CNBB, o PSTU, o Instituto de Pesquisa em Direito Eleitoral da Uerj e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) como amici curiaeda ação, isto é, copatrocinadores. O argumento central é que o financiamento empresarial de campanhas eleitorais fere a democracia, que é uma relação entre cidadãos, e que essa distorção acaba submetendo a democracia aos interesses do poder econômico.
            Uma breve retrospectiva sobre a questão pode ajudar a compreender a importância dessa iniciativa. A Lei Orgânica dos Partidos Políticos, de 1965, proibia as doações de empresas privadas a campanhas eleitorais, o que se manteve até o impeachment do presidente Collor, em 1992. Foi no governo Fernando Henrique Cardoso que o Congresso Nacional aprovou as Leis n. 9.096/1995 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos) e n. 9.504/1997 (Lei das Eleições), que permitem doações financeiras por pessoas jurídicas a campanhas eleitorais e a partidos políticos. Tal modificação nas regras do financiamento eleitoral deu um enorme poder às grandes empresas, que passaram a ser determinantes para a eleição de candidatos. Essa é mais uma das características do período, no qual o neoliberalismo impôs a hegemonia do “mercado” no comando da sociedade. Em 2010 foram grandes empresas que bancaram 95% do custo das campanhas eleitorais. Apenas 4,9% das doações vieram de pessoas físicas, ao passo que em 2004 essa fatia era de 27%. 
            O custo das eleições teve também um aumento estratosférico. Nas eleições de 2002, os gastos totais de campanhas eleitorais somaram R$ 800 milhões. Em 2010, eles chegaram a R$ 4,9 bilhões, segundo o juiz eleitoral Márlon Jacinto Reis, um dos criadores do MCCE. Para eleger um deputado federal, gastou-se em 2010, em média, R$ 1,1 milhão; um senador, R$ 4,5 milhões; um governador, R$ 23,1 milhões. O encarecimento das campanhas é um funil: quanto mais caras, menos chances para os que têm menos recursos.
             Os resultados são evidentes: 62% dos deputados federais eleitos – 320 parlamentares – receberam doações de apenas 5% das empresas que financiaram campanhas eleitorais naquele ano. E assim se formam as bancadas dos interesses privados. Esses gastos também são considerados um bom investimento, uma vez que, para cada real investido nas campanhas eleitorais, as empresas obtêm R$ 8,50 em contratos públicos, segundo pesquisa do Instituto Kellogg Brasil. Entre as principais empresas doadoras em 2010 estão: Camargo Corrêa, OAS, Andrade Gutierrez, Siderúrgica Gerdau, Banco Alvorada (Bradesco), BMG, Itaú/Unibanco, Santander, JBS/Friboi, Ambev, Votorantim Comércio de Energia. Os investimentos são altos. Segundo a Transparência Brasil, o custo total das eleições de 2010 e 2012 chega a R$ 10,8 bilhões. Apenas para comparar, nas últimas eleições ocorridas na França, no ano passado, somado todo o dinheiro empregado nas campanhas eleitorais presidenciais e legislativas, foram gastos US$ 30 milhões.
               Em 5 de novembro de 2013, o grupo de trabalho criado na Câmara dos Deputados para discutir a reforma política aprovou o texto da Proposta de Emenda à Constituição que estabelece mudanças no sistema eleitoral e de representação dos partidos. Quanto ao financiamento de campanhas, a proposta mantém a legislação atual e determina que cada partido político poderá escolher se quer receber dinheiro privado, público ou ambos.
           Em 20 de novembro de 2013, o Senado aprovou uma minirreforma eleitoral que, no entanto, também mantém o financiamento por empresas de campanhas eleitorais. As mudanças são tópicas e, segundo avaliações, favorecem os grandes partidos e reduzem o poder de fiscalização da Justiça Eleitoral, entre outras coisas.
               No julgamento pelo STF da ADI 4.650, iniciado em 11 de dezembro de 2013, quatro dos onze ministros dessa instituição votaram a favor da proibição do financiamento de campanhas eleitorais pelas empresas. São eles: Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Joaquim Barbosa. O ministro Teori Zavascki pediu vista da ADI, e o julgamento foi suspenso sem data para ser retomado. Faltam dois votos para que se obtenha a maioria, e a expectativa é de que, dos sete ministros que faltam votar, ao menos dois concordem com a tese da proibição. Para concluir a votação, Teori Zavascki precisa devolver o processo ao pleno do STF. Se a decisão de impedir o financiamento de campanhas eleitorais por empresas ocorrer antes do dia 10 de junho, ela vale para a eleição deste ano.
       Na corrida contra o tempo, para tentar impedir uma possível decisão do STF proibindo o financiamento privado de campanhas eleitorais, a Câmara dos Deputados se prepara para votar logo sua proposta de reforma eleitoral. Aí, como se sabe, a “bancada das empresas” tem maioria.

Silvio Caccia Bava
Diretor e editor-chefe do Le Monde Diplomatique Brasil

Pessoas transformam a morte de Eduardo Campos em piadas que ultrapassam os limites da estupidez


eduardo campos morte internet

O candidato à presidência da República Eduardo Campos, que disputava as eleições pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), morreu na manhã desta quarta-feira, após acidente de avião em Santos, no litoral de São Paulo. Isso, lamentavelmente, trouxe ema enxurrada de publicações, em redes sociais, recheadas de piadas desrespeitosas e desnecessárias sobre o falecimento do candidato. Essas manifestações mostram a incapacidade de alguns de reconhecer a gravidade de de determinadas situações. É para isso que a gente desenvolveu tantas ferramentas tecnológicas com a justificativa de aproximar as pessoas e facilitar a comunicação? Para podermos mostrar como somos idiotas em tempo real?
Um pastor chamado Daniel Vieira, de um certo Congresso dos Gideões Missionários da Última Hora, ligado a Silas Malafaia, cravou nas redes sociais: “Morre Eduardo Campos, candidato a presidente. Hoje são 13, número do PT. Deveria ter levado a DILMA!”. Apagou em seguida, com um pedido de desculpas.
Daniela Schwery, eterna “candidata” a qualquer cargo no PSDB em São Paulo (atualmente, a deputada federal), se pôs a despejar uma série de acusações: “PT em festa”; “Celso Daniel eliminado; Toninho do PT eliminado…”.
Roger, do Ultraje, foi profético: “Pronto, vai virar santo. E herói”. O humorista Maurício Meirelles publicou so seu twitter: "O aeroporto era do Aécio?". Logo em seguida, diversos internautas da rede social, não gostaram da publicação, alegando ser uma frase desnecessária em momento de luto. Por conta disso, o comediante acabou apagando a publicação. 

O interesse do jovem pela política diminui

         O movimento estudantil ocorrido no fim da ditadura no Brasil garantiu o voto facultativo aos jovens com 16 ou 17 anos, com o intuito de provocar grandes mudanças no cenário político brasileiro. Todavia, após, aproximadamente, 26 anos dessa conquista, os jovens, apesar de terem um enorme acesso às notícias, estão ficando desinteressados em relação à política, devido, talvez, a descrença da existência de bons políticos. Abaixo pode-se ver o percentual da participação dos jovens no processo eleitoral ao longo de 20 anos.



          O acomodamento junto ao desinteresse dos jovens de 16 e 17 anos gera consequências negativas para eles próprios e para o Brasil, pois quando o voto for obrigatório, aos 18 anos, esses eleitores estarão despreparados e não saberão formular críticas inteligentes a respeito dos candidatos em questão, comprometendo o futuro da nação.

Voto x veto


Inspirado em aplicativos de relacionamento e pensando em motivar os eleitores a conhecer as promessas dos candidatos e também de ter um espaço de igualdade para exporem as ideias, o estudante do último ano de engenharia da computação do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), Walter Cesar Nogueira da Silva Júnior desenvolveu um aplicativo de uso fácil, divertido e gratuito. A ferramenta está disponível para sistemas iOS e Android.

A ideia do aplicativo surgiu no ano passado, mas só foi colocada em prática neste ano.  Em três meses e meio, Walter Júnior aprendeu a mexer nas plataformas e desenvolveu o app.

Ao acessar o aplicativo, o usuário recebe as propostas e pode informar se concorda (eu voto!) ou discorda (eu veto!). Somente depois de escolher entre as duas respostas é informado o autor da frase. Todas as propostas utilizadas foram retiradas do plano de governo cadastrados no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e aparecem sem privilegiar nenhum candidato. O aplicativo tem 1.300 propostas, dos 11 candidatos à Presidência da República, para que os eleitores possam avaliar.

Depois de avaliar as propostas, o aplicativo elabora um ranking de políticos com o número de compartilhamento de opiniões. 

Aécio Neves Critica suas adversárias

A esquerda Dilma Rousseff, ao centro Marina Silva , e direita Aécio Neves
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, criticou nesta terça-feira (2), em São Paulo, o que classificou como improviso nas decisões do governo Dilma Rousseff e apontou mudanças de posicionamento da candidata do PSB, Marina Silva, chamando-a de "metamorfose ambulante", esta o rebaixou ao terceiro colocação nas pesquisas.

"O improviso não é o melhor conselheiro. Estamos vendo, de um lado, um governo que reage aos índices das pesquisas alterando suas convicções, o que não é bom – age até com certo desespero – e que vai perder as eleições. E,  do outro lado, o que eu vejo é uma candidatura que mais se assemelha a uma metamorfose ambulante, que altera suas convicções ao sabor das circunstâncias", declarou Aécio Neves.

O candidato do PSDB , acusou nesta terça feira, dia 02 de setembro, a candidata Marina Silva do PSB, de copiar um trecho do Plano Nacional dos Direitos Humanos do governador Fernando Henrique Cardoso de 2002, para usar no programa de governo dela.

Aécio lembrou ainda que Marina ataca o PT, mas no segundo turno das eleições de 2010 não se posicionou para ajudar o PSDB a derrotá-lo.

"O Brasil tem que saber em qual Marina vai votar. Eu acompanhei com muita decepção no final da eleição de 2010 a omissão da candidata. Hoje ela condena violentamente o governo do PT. Poderia ter nos ajudado lá atrás a combater o governo do PT, se tivesse tomado uma posição no segundo turno. Para um líder político, a omissão é o pior caminho."

Antes de centrar seu discurso nos ataques a Marina Silva, Aécio disse que a respeitava, mas era preciso deixar claro "as contradições que ela representa".

Aécio deu entrevista no comitê central de campanha ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e se disse "convicto" de que chegará ao segundo turno da eleição.

Candidatos a Presidência 2014




Aécio Neves
Aécio Neves
Dados
Nome: Aécio Neves da CunhaIdade: 54 anos (10/03/1960)
Naturalidade: MG - Belo Horizonte
Estado Civil: Casado(a)
Ocupação: Senador
Escolaridade: Superior completo
Número: 45
Nome para urna: Aécio Neves
Partido: Partido da Social Democracia Brasileira
Coligação: MUDA BRASIL (PSDB / PMN / SD / DEM / PEN / PTN / PTB / PTC / PT do B)
Vice Presidente: Aloysio Nunes Ferreira


Dilma Rousseff
Dados
Nome: Dilma Vana Rousseff
Idade: 66 anos (14/12/1947)
Naturalidade: MG - Belo Horizonte
Estado Civil: Divorciado(a)
Ocupação: Presidente da República
Escolaridade: Superior completo 
Número: 13
Nome para urna: Dilma
Partido: Partido dos Trabalhadores
Coligação: COLIGAÇÃO COM A FORÇA DO POVO (PT / PMDB / PSD / PP / PR / PROS / PDT / PC do B / PRB)
Vice Presidente: Michel Temer


Eduardo Jorge
Eduardo JorgeDados
Nome: Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho 
Idade: 64 anos (26/10/1949)
Naturalidade: BA - Salvador
Estado Civil: Casado
Ocupação: Médico
Escolaridade: Superior Completo 
Número: 43
Nome para urna: Eduardo Jorge
Partido: Partido Verde
Coligação: PV
Vice Presidente: Célia Sacramento


Eymael EymaelDados
Nome: José Maria Eymael
Idade: 74 anos (02/11/1939)
Naturalidade: RS - Porto Alegre
Estado Civil: Casado
Ocupação: Advogado
Escolaridade: Superior Completo
Número: 27
Nome para urna: Eymael
Partido: Partido Social Democrata Cristão
Coligação: PSDC
Vice Presidente: Roberto Lopes


Levy Videlix
Dados
Nome: José Levi Videlix da Cruz
Idade: 62 anos (27/12/1951)                                                         Naturalidade: MG - Mutum
Estado Civil: Casado
Ocupação: Jornalista e Redator
Escolaridade: Superior Incompleto
Número: 28
Nome para urna: Levy Fidelix
Partido: Partido Renovador Trabalhista Brasileiro
Coligação: PRTB
Vice Presidente: Cel. José Alves


Luciana Genro
Dados
Nome: Luciana Krebs Genro
Idade: 43 anos (17/01/1971)
Naturalidade: RS - Santa Maria
Estado Civil: Casada
Ocupação: Advogado
Escolaridade: Superior Completo
Número: 50
Nome para urna: Luciana Genro
Partido: Partido Socialismo e Liberdade
Coligação: PSOL
Vice Presidente: Jorge Paz


Marina Silva
Dados
Nome: Maria Osmarina Marina da Silva Vaz de Lima  Idade: 56 anos (08/02/1958)
Naturalidade: AC - Rio Branco
Estado Civil: Casada
Ocupação: Historiador
Escolaridade: Superior Completo
Número: 40
Nome para urna: Marina Silva
Partido: Partido Socialista Brasileiro
Coligação: Unidos pelo Brasil (PHS, PRP, PPS, PPL, PSB,PSL)
Vice Presidente: Beto Albuquerque


Mauro Iasi
Dados
Nome: Mauro Luis Iasi
Idade: 54 anos (10/02/1960)
Naturalidade: SP - São Paulo
Estado Civil: Solteiro
Ocupação: Professor de Ensino Superior
Escolaridade: Superior Completo
Número: 21
Nome para urna: Mauro Iasi
Partido: Partido Comunista Brasileiro
Coligação: PCB
Vice Presidente: Sofia Manzano


Pastor Everaldo
Dados
Nome: Everaldo Dias Pereira
Idade: 58 (22/02/1956)
Naturalidade: RJ - Rio de Janeiro
Estado Civil: Casado
Ocupação: Empresário
Escolaridade: Superior Completo
Número: 20
Nome para urna: Pastor Everaldo
Partido: Partido Social Cristão
Coligação: PSC
Vice Presidente: Leonardo Gadelha


Rui Costa Pimenta
Dados
Nome: Rui Costa Pimenta
Idade: 57 anos (25/06/1957)
Naturalidade: SP - Butantã
Estado Civil: Casado
Ocupação: Jornalista e Redator
Escolaridade: Superior Completo
Número: 29
Nome para urna: Rui Costa Pimenta
Partido: Partido da Causa Operária
Coligação: PCO
Vice Presidente: Ricardo Machado


Zé Maria
Dados
Nome: José Maria de Almeida
Idade: 56 anos (02/10/1957)
Naturalidade: SP - Santa Albertina
Estado Civil: Solteiro
Ocupação: Trabalhador Metalúrgico e Siderúrgico
Escolaridade: Ensino Médio Completo
Número: 16
Nome para urna: Zé Maria
Partido: Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
Coligação: PSTU
Vice Presidente: Cláudia Durans