"Porque o sistema
representativo é um engodo que conta com a participação do próprio eleitor, que
não raro exige, em troca do voto, algum proveito, de modo que o voto constitui,
por isso, apenas um expediente para legitimar e perpetuar o crime, afinal os
eleitos não representam o eleitorado, mas os seus próprios interesses e os
interesses dos grupos econômicos que os patrocinam;
Porque, apesar das fraudes, insistimos
em perpetuar determinados criminosos no poder, e a tudo assistimos
passivamente; [...]
Porque o povo brasileiro acredita ser
livre, mas está enganado: é livre apenas durante as eleições dos membros do
Executivo e do Parlamento, pois, eleitos os seus membros, ele volta à
escravidão, é um nada (Rousseau); é que a participação popular se limita ao
sufrágio a cada quatro anos; mas eleitos “seus” representantes, não se tem
qualquer controle sobre seus atos, e o cidadão, convertido em objeto e não
sujeito da política, só poderá expressar sua indignação nas eleições
seguintes[...].''
Paulo Queiroz é Professor Universitário
(UniCEUB) e Procurador Regional da República em Brasília
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