Os jovens dos anos 60 e os de hoje

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Um grande número de jovens que não se interessam por participar de movimentos sociais, DCEs, DAs, CAs, Grêmios Estudantis, associações ou qualquer que seja o grupo que possa servir como voz ao jovem no país em que vivemos. Ao mesmo tempo percebe-se a indignação dos mesmos com a política de hoje, decepções e a falta de interesse mesmo.



Os jovens dos anos 60 viveram e sobreviveram uma ditadura, buscavam informações e criticavam sobre o que estava acontecendo ao seu redor. Parece que naquela época tinham a necessidade de se expressarem, de se juntarem e mostrar o que pensavam, mostrar o que queriam para nosso país.



Criaram movimentos dos mais variados tipos e muitos viviam na clandestinidade para não serem presos, coisa que muitos foram até mesmo torturados. Idealistas, reformadores, jovens, não desistiam de ir para as ruas, de se manifestarem e participarem mais ativamente nas questões do dia a dia político de nosso país. Grupos até hoje procuram notícias de pessoas desaparecidas naquela época e, de quando em vez é localizado um cemitério clandestino ou ossadas. Será que na época, a decepção deles com a política foi maior do que a de muitos jovens hoje? Pelo menos, hoje, podemos nos manifestar e não tem a “DOPS” nos seguindo e nem nossos amigos sumindo.




E o Jovem da atualidade? Com o mundo a sua frente na tela de um computador, deixa muitas vezes de participar de pequenas coisas que poderiam fazer a diferença. Com tanta liberdade, parece que hoje não existe aquela necessidade de se juntar, em formar grupos, seja para discutir melhorias na sua escola ou no seu bairro. Porque isso?

Sei que o jovem de hoje muitas vezes vai do trabalho para escola, da escola para a casa e desta para o trabalho, num incessante ir e vir à procura da realização profissional, confundindo-a com a pessoal. É a procura do futuro, porém pessoal e não coletivo, quando ali estarão os interesses pessoais possivelmente realizados. Parece não existir uma consciência de um futuro tão próximo e tão globalizado, desmanchando-se em nossas portas.


Será que o antigo e temido “DOPS”, depois de extinto, conseguiu abafar a participação dos jovens de hoje?  O medo pairou por um bom tempo. Apesar de tudo, ainda existem vários jovens com voz ativa em nossa sociedade, que participam de entidades estudantis, eclesiásticas ou associações e que não desistem de se fazerem ouvidos, de participarem, de serem formadores de opinião.

A música nos anos 60

A grande divulgação de cantores americanos de rock através do cinema e  gravadoras ajudou também o nascimento do rock brasileiro com ampla divulgação da mídia nos anos 60.


A parcela de público que preferia músicas oriundas do rock passou a ter seu espaço musical com programas específicos na televisão cujo ápice foi o programa “Jovem Guarda” iniciado em 1965 com Roberto, Erasmo e Vanderléia permanecendo no ar pela TV Record durante vários anos.



 Sob influência da Jovem Guarda e dos Beatles nasceu em 1967 o Tropicalismo, movimento de vanguarda liderado por Caetano Veloso, Rogério Duprat, Gilberto Gil, Júlio Medaglia e outros; suas principais composições foram Tropicália, Domingo no Parque e Alegria, Alegria onde era incentivada a universalização da música brasileira inclusive com utilização de guitarras elétricas e absorção de vários gêneros musicais: pop-rock, música de vanguarda, frevo, samba, bolero, etc.



 Assim na década de 60 três novas grandes vertentes musicais podem ser identificadas : bossa nova, músicas sociais de festivais e rock da jovem guarda; evidentemente músicas com ritmos tradicionais como samba, samba canção, músicas de carnaval e músicas regionais continuaram a ter seu espaço mas com menos divulgação e menor sucesso que as três citadas.

Mais um pouquinho de cultura...

Roberto Carlos (acompanhado pelo famoso conjunto "The Jordans")


SERGIO CARDOSO (o "Ciccilo") e RITA CLEÓS ("Yara"/"Biondina") prenderam os telespectadores de 05/abril a 13/julho, no horário das 20h (a novela das "oito").
O TRIÂNGULO


MOVIMENTOS DA ÉPOCA NO BRASIL



Um pouquinho de cultura ...





Conhecendo um pouco mais sobre a moda dos "ANOS DOURADOS"



"Paz e amor" - O Movimento Hippie

O movimento hippie foi um comportamento coletivo de contracultura dos anos 1960. Embora tendo uma relativa queda de popularidade nos anos 1970 nos Estados Unidos, o movimento apenas ganhou mais força em países como o Brasil somente a partir dessa década.
Na década de 1960, o movimento hippie apareceu disposto a oferecer uma visão de mundo inovadora e distante dos vigentes ditames da sociedade capitalista. Em sua maioria jovens, os hippies abandonavam suas famílias e o conforto de seu lar para se entregarem a uma vida regada por sons, drogas alucinógenas e a busca por outros padrões de comportamento. Ao longo do tempo, ficariam conhecidos como a geração da “paz e amor”.
Quem se toma por essa rasa descrição dos hippies, esquece de que muitos deles não se portavam simplesmente como um bando de hedonistas, drogados e alheios ao que acontecia ao seu redor. Ao longo da década de 1960, junto do movimento negro, os integrantes dessa geração discutiram questões políticas de grande relevância e se organizaram para levar a público uma opinião sobre diversos acontecimentos contemporâneos.
Os hippies defendem o amor livre e a não violência. O lema "Paz e Amor" sintetiza bem a postura política dos hippies, que constituíram um movimento por direitos civis, igualdade e antimilitarismo nos moldes da luta de Gandhi e Martin Luther King, embora não tão organizadamente, mantendo uma postura mais anárquica do que anarquista propriamente, neste sentido.
Como grupo, os hippies tendem a viver em comunidades coletivistas ou de forma nômade, vivendo e produzindo independentemente dos mercados formais. Usam cabelos e barbas mais compridos do que era considerado "elegante" na época do seu surgimento. Muita gente não associada à contracultura considerava os cabelos compridos uma ofensa, em parte por causa da atitude iconoclasta dos hippies, às vezes por acharem "anti-higiênicos" ou os considerarem "coisa de mulher". Foi quando a peça musical Hair saiu do circuito chamado off-Broadway para um grande teatro da Broadway em 1968 que a contracultura hippie se massificou.
Os Hippies não pararam de fazer protestos contra a Guerra do Vietnã. A massa dos hippies eram soldados que voltaram depois de ter contato com os Indianos e a cultura oriental e que, a partir desse contato, se inspiraram na religião e no jeito de viver oriental para protestarem contra o estilo de vida ocidental.

Movimento estudantil brasileiro

No período compreendido entre 1960 e 1970, o movimento estudantil brasileiro se transformou em um importante foco de mobilização social. Sua força veio da poder de mobilizar expressivo numero de estudantes para participarem da política do país.

O movimento possuía várias organizações representativas: os DCEs (Diretórios Centrais Estudantis), as UEEs (Uniões Estaduais dos Estudantes) e a UNE (União Nacional dos Estudantes), entre outras. Com suas reivindicações, protestos e manifestações, o movimento influenciou significativamente os rumos da política nacional.
Reivindicavam causas específicas como a ampliação de vagas nas universidades públicas, por melhores condições de ensino,contra a privatização e também em defesa das liberdades democráticas e por justiça social.
                Os estudantes, antes de abril de 64, faziam parte de um dos grupos que mais pressionavam o governo João Goulart no sentido de fazê-lo avançar e, mesmo, radicalizar, na realização das reformas sociais. Por isso, aos olhos dos militares que tomaram o poder, eles eram um dos setores mais identificados com a esquerda, comunista, subversiva e desordeira; uma das formas de desqualificar o movimento estudantil era chamá-lo de baderna, como se seus participantes não passassem de jovens irresponsáveis, e isso se justificava para a intensa perseguição que se estabeleceu.

Logo em novembro de 1964 o governo Castelo Branco fez aprovar uma lei que ficou conhecida como lei "Suplicy de Lacerda", nome do ministro da Educação, que reorganizava as entidades, proibindo-as de desenvolverem atividades políticas.

Os estudantes reagiram negando-se a participar das novas entidades oficiais e realizando manifestações públicas (passeatas), que se tornaram cada vez mais frequentes e concorridas. Ao mesmo tempo, o movimento estudantil procurou defender a existência das suas entidades legítimas, agora na clandestinidade.

Em 1968, ano marcado mundialmente pela ação política estudantil - o movimento estudantil cresceu em resposta, não só a repressão, mas também em virtude da política educacional do governo, que já revelava a tendência que iria se acentuar cada vez mais, no sentido da privatização da educação, cujos efeitos são sentidos até hoje

As manifestações estudantis foram os mais expressivos meios de denúncia e reação contra a subordinação brasileira aos objetivos e diretrizes do capitalismo norte-americano. O movimento estudantil não parava de crescer, e com ele a repressão. No dia 28 de março de 1968 uma manifestação contra a má qualidade do ensino, realizada no restaurante estudantil Calabouço, no Rio de Janeiro, foi violentamente reprimida pela polícia, resultando na morte do estudante Edson Luís Lima Souto.

A reação estudantil foi imediata: no dia seguinte, o enterro do jovem estudante transformou-se em um dos maiores atos públicos contra a repressão; missas de sétimo dia foram celebradas em quase todas as capitais do país, seguidas de passeatas que reuniram milhares de pessoas.

Em outubro do mesmo ano, a UNE (na ilegalidade) convocou um congresso para a pequena cidade de Ibiúna, no interior de São Paulo. A polícia descobriu a reunião, invadiu o local e prendeu os estudantes.


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A expansão das universidades




No final dos anos 50, o movimento estudantil, começou a crescer, com a criação de faculdades e universidades. O Brasil era um país em desenvolvimento, então, acesso ao ensino superior passou a ser condição para acelerar o processo de modernização, ao mesmo tempo em que abria caminhos para a mobilidade e ascensão social.
A expansão do ensino superior resultou em um aumento significativo da oferta de vagas, que foram preenchidas por jovens provenientes, sobretudo, das camadas médios da sociedade. As matrículas cresceram a uma taxa média de 12,5 % ao ano. As estatísticas ilustram o tamanho do aumento: em 1945, a universidade brasileira contava com 27.253 estudantes; o  total saltou para 107.299, no ano de 1962; em 1968, o número dobrou novamente, chegando a 214 mil.

Gírias dos anos 60



  • aldeia global: nosso mundo.
  • bacana: bom, bonito.
  • boapinta: de boa aparência.
  • boazuda: mulher bonita.
  • bolinha: estimulante.
  • cafona: feio.
  • calhambeque: carro velho.
  • cara: indivíduo.
  • carango: carro.
  • certinha: mulher bonita.
  • chapa: amigo.
  • dar tábua: recusar-se a dançar.
  • duca: ótimo.
  • é fogo!: é difícil.
  • é uma brasa, mora!: é espevitada, danada.
  • esticada: passar por vários restaurantes e bares noturnos.
  • fossa: depressão, crise existencial.
  • gamar: namorar.
  • gata: mulher bonita.
  • grana: dinheiro.
  • jovem guarda: movimento artístico musical.
  • legal!: ótimo!.
  • mancar: desrespeitar compromisso.
  • minisaia: saia curta.
  • paca: muito.
  • pão: homem bonito.
  • papo firme: conversa séria.
  • papo furado: conversa boba.
  • pé de chinelo: pessoa sem expressão.
  • pelego: líder sindical governista.
  • pode vir quente que estou fervendo: excitada.
  • pra frente: moderno.
  • quadrado: conservador.
  • sifo: deu-se mal.
  • sifu: deu-se mal.
  • tremendão: rapaz bonito.
  • uma brasa, mora: bom, ótimo!.
  • ziriguidum: samba no pé, molejo de mulata.

Moda nos Anos 60


       Com uma nova geração de jovens e o auge da prosperidade financeira, os anos 60 começaram em clima eufórico, anunciando a mudança de comportamento que estava por vir. Com a invenção da pílula anticoncepcional, as moçoilas abandonaram as saia rodadas e volumosas de Dior e anunciavam sua liberdade com as calças cigarretes e a minissaia, a grande vedete da década. A imagem do jovem de blusão de couro, topete e jeans, em motos ou lambretas, mostrava uma rebeldia ingênua sintonizada com ídolos do cinema como James Dean e Marlon Brando.
        A explosão de juventude obrigou o mercado a criar uma moda exclusiva para os jovens, já que agora o comportamento deles ditava o que vestiam. Nessa época era a moda das ruas que influenciavam as criações dos estilistas. A moda unissex ganhou força com os jeans e as mulheres foram além no guarda-roupas masculino, roubando para elas peças como o smoking.
Futurismo, tubinhos, estampas geométricas, cabelos volumosos, olhos marcados na maquiagem e muitos outros aspectos marcam os looks da época. Na moda, a grande vedete dos anos 60 foi, sem dúvida, a minissaia, criada pela inglesa Mary Quant e pelo fracês André Courrèges. As roupas tinham seu próprio estilo, variando do psicodélico [que se inspirava em elementos da art nouveau, do oriente, do Egito antigo ou até mesmo nas viagens que as drogas proporcionavam] ou geométrico e o romântico. Em 1965, na França, André Courrèges operou uma verdadeira revolução na moda, com sua coleção de roupas de linhas retas, minissaias, botas brancas e sua visão de futuro, em suas “moon girls”, de roupas espaciais, metálicas e fluorescentes. Enquanto isso, Saint Laurent criou vestidos tubinho inspirados nos quadros neoplasticistas de Mondrian e o italiano Pucci virou mania com suas estampas psicodélicas. Paco Rabanne, em meio às suas experimentações, usou alumínio como matéria-prima.
Os tecidos apresentavam muita variedade, tanto nas estampas quanto nas fibras, com a popularização das sintéticas no mercado, além de todas as naturais, sempre muito usadas.

Centro Popular de Cultura

Os estudantes foram responsáveis por um dos mais importantes momentos de agitação cultural da história do país. Era a época do Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE, que produziu filmes, peças de teatro, músicas, livros e teve uma influência, que perdura até os dias de hoje, sobre toda uma geração.
O Centro Popular de Cultura (CPC) foi uma organização associada à União Nacional de Estudantes (UNE). Foi criado em 1961 no Rio de Janeiro, no Brasil. Foi extinto pelo Golpe de Estado no Brasil em 1964.
Um grupo de intelectuais de esquerda, com o objetivo de criar e divulgar uma "arte popular revolucionária", reuniu artistas de diversas áreas, como teatro, música, cinema, literatura e artes plásticas, para defender o caráter coletivo e didático da obra de arte, bem como o engajamento político do artista.
Na época, o Partido Comunista Brasileiro ocupava lugar de destaque no área cultural, tendo muitos jornalistas, artistas e profissionais liberais como seus filiados, além de entidades como a própria UNE. Durante sua breve existência, o CPC promoveu a encenação de peças de teatro em portas de fábricas, nos sindicatos e nas ruas de várias cidades e em áreas rurais do Brasil. O contexto era de forte mobilização política, com expansão das organizações de trabalhadores. Assim, os temas do debate político rebatiam diretamente na produção cultural.
A proposta do CPC diferia no entanto da posição das vanguardas artísticas dos anos 1950 (tais como o concretismo), que defendiam o diálogo com a técnica e a indústria. Os artistas ligados ao CPC recusavam-se a considerar a arte como "uma ilha incomunicável e independente dos processos materiais". Acreditavam que toda manifestação cultural deveria ser compreendida exatamente "sob a luz de suas relações com a base material", combatendo o hermetismo da arte: "nossa arte só irá onde o povo consiga acompanhá-la, entendê-la e servir-se dela."

APRENDA A VOTAR (em seis lições rápidas e fáceis)



A pior coisa que a gente pode fazer para os maus políticos é aprender a votar. Nenhum deles quer que vocês se interessem por política, todos fazem questão que a gente nem queira saber o que está acontecendo. Um eleitor consciente, que sabe dos seus direitos e sabe o que quer é tudo o que os maus políticos odeiam.

Por isso, reunimos algumas dicas que achamos importantes para tentar ajudar o pessoal a fazer justamente aquilo que os corruptos não querem: entender um pouco mais de política e votar sabendo do que está fazendo.

1. A IMPORTÂNCIA DO VOTO
Não tem nenhuma outra oportunidade ou lugar em que pobre, rico, milionário, desempregado, culto, ignorante, esperto e burro sejam tão iguais quanto no momento do voto.O voto de um cidadão é exatamente igual ao voto do outro, tem o mesmo peso. E ninguém “dá” esse direito pra gente. A gente adquire esse direito ao nascer no Brasil ou se naturalizar.
E para “tirar” da gente esse direito é preciso ter cometido algum crime cuja pena seja a perda dos direitos políticos.Ou seja, o voto é um dos principais e mais valiosos bens que a gente tem. Só que nem todo mundo sabe disso ou acredita nisso.
Para perceber o valor do voto é só notar como tem gente atrás dele. Como eles gastam dinheiro para conseguir o nosso voto. Como eles fazem qualquer negócio pelo nosso voto.

2. A IMPORTÂNCIA DA ELEIÇÃO
         Praticamente tudo, na nossa vida, tem a participação dos políticos. Todas as leis são feitas por políticos. Da velocidade máxima na estrada ao imposto, da exigência de planta pra construir a casa à obrigação de andar vestido na rua, tudo, em algum momento, passou por um parlamento.

          No município as leis são feitas e modificadas na Câmara de Vereadores, no Estado, na Assembléia Legislativa, no País, na Câmara dos Deputados e no Senado (que formam o Congresso Nacional). E toda essa gente que mexe com isso está lá falando em nosso nome. Eleitos e pagos por nós.

E nas prefeituras, no governo estadual e na presidência da república, os caras que gerenciam o dinheiro dos impostos e os serviços públicos, os que executam as tarefas que sejam necessárias para que a vida da gente seja melhor, também são políticos. E também são todos eleitos e pagos por nós.
Dá para entender, então, como é importante o momento da eleição: é a única chance que a gente tem, em geral a cada quatro anos, de tirar quem não trabalhou direito e de colocar quem parece que nos representa melhor.

3. A IMPORTÂNCIA DESE DAR AO RESPEITO
Se eu tenho esse poder, de escolher meu representante e de mantê-lo como meu representante pelo tempo que eu achar necessário, e o poder de tirá-lo (ou a ela) de lá assim que sentir que não está trabalhando direito, então não posso me apequenar. Não posso ficar de cabeça baixa como se não fosse ninguém. Não posso dar, emprestar ou vender meu voto como se eu fosse um merda qualquer.
Por acaso você empresta sua mulher pra qualquer um que pedir? Por acaso você deixa seu marido ir pra noite com qualquer uma que lhe prometa um emprego? Você conta sua senha do banco pro primeiro que apertar sua mão? Você libera a chave do carro em troca de um cartão de boas festas?Pois tem gente que entrega o voto em troca de um aperto de mão, de um cartão de feliz aniversário, de uma promessa de emprego. Ou de uma dentadura, ou de um sapato. Ou de vinte reais.

E muitas vezes, no desespero das dificuldades, a gente nem se lembra que é muito possível que estejamos assim, na pior, porque o voto dos pobres sempre foi dado em troca de um prato de comida. E enquanto continuar assim, nada muda.

4. A IMPORTÂNCIA DE ENTENDER A POLÍTICA
De tanto ver maus políticos roubando e fazendo pouco de nós, é natural que a gente crie um certo nojo de política. E quando a gente deixa de prestar atenção e se desinteressa, aí mesmo que a bandidagem engravatada se esbalda: nosso desinteresse significa que não terão problemas para se reeleger ou para se eleger.
Eles também gostam de dizer que política é coisa complicada, que não é pra qualquer um, que só pessoas “especiais” (eles!) podem se meter em política. E não é nada disso.Política é uma das coisas mais simples e antigas do mundo. A gente aprende a fazer política em casa mesmo. Quando o filha quer sair e o pai não quer deixar, a menina vai conversar com a mãe, explica seus motivos, faz uma cara de tristinha. A mãe então vai falar com o marido, com um jeito que só ela tem. E o pai, que é brabo mas não é de ferro, acaba deixando.
O que aconteceu aí? Um exercício político, uma negociação política. Alguém, em defesa de seus interesses, tentou e conseguiu modificar a posição de um opositor, usando argumentos e um aliado, no caso uma aliada. E o grupo com maior poder (mãe e filha) reverteu a decisão. O pai, politicamente, cedeu para não perder autoridade e para manter outras posições de prestígio, com a patroa ou com a filha, com quem poderá se aliar mais adiante. Portanto, não acredite em quem diz que política é complicada. Ela é trabalhosa, mas não é complicada.

5. A IMPORTÂNCIA DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Na nossa democracia, a participação da gente no governo começa pelos partidos políticos: não posso me candidatar a nenhum cargo se não for filiado e indicado por um partido político. Por isso, não adianta se interessar por política e pela valorização do voto só às vésperas da eleição.
Em geral um ano antes da eleição termina o prazo de filiação a um partido político para quem quer concorrer. Cada partido faz reuniões municipais, estaduais e nacionais, para escolher e indicar seus candidatos. Isso quer dizer que a primeira luta política se dá dentro dos partidos. Num partido que tenha “dono”, que o mandachuva seja o Coronel Fulano, só serão candidatos aqueles que o “dono” do partido quiser.
Isso explica a nossa surpresa, quando olhamos a lista de candidatos a vereador ou deputado, prefeito ou governador e vemos ali umas criaturas que não têm a menor condição de representar nem uma manada de mulas, quanto mais uma comunidade complexa como a nossa. É que, como a gente não presta atenção ao processo político inteiro, e só presta atenção na política na véspera das eleições, perde a parte que talvez seja a principal: a escolha dos candidatos pelos partidos.
Há partidos que não têm “dono”, cujos filiados indicam livremente seus candidatos, é feita uma votação e os nomes representam de fato o que a maioria do partido acha que tem de melhor para oferecer. Mas mesmo aí, onde tudo funciona direito, só votam os filiados, aqueles que participam da vida partidária. Portanto, os nomes que vão aparecer nas propagandas políticas, os candidatos, não nasceram das ervas: eles vêm de partidos políticos, indicados com maior ou menor nível de seriedade.

6. A IMPORTÂNCIA DE FICAR ESPERTO
Tem alguns candidatos que são indicados só porque são ricos e os partidos não têm muito dinheiro para a campanha e precisam que alguém banque as despesas. Tem outros que são indicados porque já são muito conhecidos e podem garantir um número grande de votos para o partido (e isso ajuda aos demais candidatos da mesma legenda.
Nas campanhas eleitorais, os candidatos mal intencionados não só prometem de tudo, como prometem coisas que eles não têm a menor condição de cumprir. Por isso, agora é a época de começar a ficar esperto.
Ninguém resolve todos os problemas sozinho. Nem o Lula conseguiu, nem o FHC, nem o Amin, nem o LHS. Muito menos os prefeitos. Ou os vereadores. Não tem como fazer milagre. Por exemplo, se o sujeito vier prometendo emprego par a todo mundo, não leve a sério: mais emprego depende do crescimento da economia e de uma série grande de outros fatores. Ou seja, está prometendo o que não teria como cumprir, mesmo se quisesse.

O que é a tal da reforma política?


Em época de eleição a chamada REFORMA POLÍTICA é a mais citada das falas, não só de candidatos mas também dos próprios eleitores, porém se sabe realmente o que quer dizer isso? E mais, qual o porquê que ela é tão citada no Brasil?
Existe na Câmara e no Senado um montão de projetos de lei (são mais de 100!) que também estão relacionados à reforma. Esses projetos propõem mudanças na organização da política no País, isto é, mudanças em como os cidadãos votarão, em como os políticos vão se filiar a partidos, como as campanhas eleitorais serão financiadas...
E por que essa tal reforma política é tão importante? Ela está relacionada diretamente com a democracia e com o poder dos governantes, que os cidadãos escolhem na hora de votar. De forma geral, os projetos da reforma propõem a construção de um sistema que tenha cada vez mais a participação do povo. Vamos conferir melhor algumas propostas da reforma?
Voto em lista
Atualmente, os cidadãos votam diretamente nos candidatos, que são ligados a partidos. Então, as vagas no Congresso Nacional são preenchidas pelos partidos que tiveram mais votos. Depois, cada partido distribui as cadeiras para os candidatos mais votados.
Isso pode mudar para o chamado "voto em lista". Nesse caso, que valeria apenas na eleição de vereadores e deputados, o cidadão vota só no partido, e o partido faz uma lista com o nome de seus candidatos. É o partido quem vai priorizar esse ou aquele candidato, e não mais o eleitor. Aqueles que são favoráveis a esse sistema acreditam que os partidos ficarão mais fortes.
No entanto, segundo Arthur Rollo, especialista em Direitos Difusos e Coletivos pela PUC/SP, o voto em lista ameaça a liberdade de escolha do eleitor. - Nesse sistema, o eleitor deixa de escolher diretamente os candidatos, já que é o próprio partido que vai fazer isso - ele acredita.
Financiamento de campanha
O dinheiro que os partidos políticos recebem para se manter vem do Fundo Partidário (uma reserva de dinheiro, administrada pelo Tribunal Superior Eleitoral, para garantir a manutenção dos partidos). Além disso, as campanhas eleitorais podem também ser bancadas com dinheiro de empresas ou doação de pessoas.
A ideia que está sendo discutida na Câmara é que as doações privadas sejam proibidas e as campanhas fiquem mantidas só com dinheiro público, para deixar a disputa entre os partidos mais igualitária. As eleições ficam livres dessa influência econômica, e os gastos durante as campanhas podem ficar mais claros e transparentes.
Por outro lado, isso não impede que desvios de dinheiro sejam feitos por baixo dos panos. Pelo menos é o que acredita o cientista político Jairo Nicolau, do Instituto Universitário de Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro (Iuperj). - Campanhas bancadas com dinheiro público não garantem que a corrupção acabe. Pode ser que os partidos procurem mais dinheiro por fora. O mais importante é existir um controle bem rígido desse financiamento.
Voto facultativo
Você já deve saber que todo cidadão brasileiro entre 18 e 70 anos é obrigado a votar. Se não for às urnas no dia da votação, a pessoa pode receber até uma multa. Se o voto facultativo (opcional) for aprovado, o cidadão poderá votar apenas se quiser. A pessoa que não votar não receberá multas, já que o voto é um direito, e não um dever.
No entanto, segundo Paulo Henrique Soares, Consultor Legislativo do Senado Federal, o voto obrigatório dá mais participação política ao cidadão. - O voto obrigatório é um forte poder para que as pessoas, até nas regiões mais pobres do país, manifestem sua vontade política.

Política sem Mistérios

       Nos vídeos abaixo, Milton Monti explica de uma forma prática, diversas e recorrentes dúvidas sobre a política brasileira, através de um canal de vídeos no youtube que pode ser acessado AQUI.







Caro eleitor, é hora de refletir

"Porque o sistema representativo é um engodo que conta com a participação do próprio eleitor, que não raro exige, em troca do voto, algum proveito, de modo que o voto constitui, por isso, apenas um expediente para legitimar e perpetuar o crime, afinal os eleitos não representam o eleitorado, mas os seus próprios interesses e os interesses dos grupos econômicos que os patrocinam;
Porque, apesar das fraudes, insistimos em perpetuar determinados criminosos no poder, e a tudo assistimos passivamente; [...]
Porque o povo brasileiro acredita ser livre, mas está enganado: é livre apenas durante as eleições dos membros do Executivo e do Parlamento, pois, eleitos os seus membros, ele volta à escravidão, é um nada (Rousseau); é que a participação popular se limita ao sufrágio a cada quatro anos; mas eleitos “seus” representantes, não se tem qualquer controle sobre seus atos, e o cidadão, convertido em objeto e não sujeito da política, só poderá expressar sua indignação nas eleições seguintes[...].''


Paulo Queiroz é Professor Universitário (UniCEUB) e Procurador Regional da República em Brasília

Foi-se arrecadado R$123 milhões para a campanha da candidata petista

A campanha da Dilma Rousseff registrou no dia 02 de setembro na Justiça eleitoral R$123,65 milhões em arrecadação para a candidata e seu vice Michel Temer.

Apesar de aparecer  nas pesquisas eleitorais com muito mais dificuldade do que há quatro anos, o valor é equivalente a 82,3% de tudo que Dilma arrecadou nos quatro meses de campanha de 2010, neste ano o PT havia arrecadado cerca de R$65 milhões, em valores atualizados pelo índice da inflação.
Assessores da candidata afirmaram que o valor arrecadado em agosto foi “melhor do que o previsto”, já que esperavam um grande volume de contribuições somente em setembro, perto das eleições do primeiro turno.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que no primeiro mês da campanha surpreendeu ao aparecer a frente de Dilma na arrecadação, não divulgou antecipadamente o valor arrecadado na segunda parcial. Já o PSB deve mostrar arrecadação de cerca de R$ 20 milhões, referente ainda as doações para Eduardo Campo. A conta de campanha de Marina Silva (PSB) só foi liberada recentemente. 


Os dados do PT foram divulgados em nota do tesoureiro da campanha, Edinho Silva, para tentar abafar as críticas à desconfiança dos empresários sobre o governo. “Os empresários preferem a Dilma com a austeridade, com a seriedade e a firmeza com que ela conduz o governo do que uma aventura, algo que eles não possam ter garantia de para onde vai o Brasil”, disse o petista.